A morte te dá parabéns


Uma mistura de Pânico, com Meninas MalvadasFeitiço do Tempo. Essa é a melhor definição para o terror adolescente A morte te dá parabéns.

Na trama do longa, a universitária Tree (numa interpretação cômica da atriz Jessica Rothe) vive o dia de seu aniversário como se fosse apenas mais um dia da sua vida, fazendo as mesmas coisas de sempre: humilhando os garotos apaixonados por ela, destratando todos ao seu redor, desvalorizando suas amigas de fraternidade, tendo um affair com seu professor casado e ignorando sua família. Trata-se de uma daquelas protagonistas feitas para o público odiar. E, claro, o filme consiste em que ela aprenda uma lição e se redima de seus erros. 

Logo, no final do dia do seu aniversário, Tree é assassinada por um maníaco mascarado. E a grande surpresa é que, depois de ser morta, ela acorda na manhã seguinte e descobre que está vivendo o mesmo dia de seu aniversário / assassinato de novo. E ela ficará neste looping eterno até descobrir quem é o mascarado que está matando-a todos os dias.

(Uma mistura de Pânico, com Meninas Malvadas e Feitiço do Tempo. Essa é a melhor definição para o terror adolescente A morte te dá parabéns), lembra?

Um assassino mascarado e desastrado, empunhando uma faca.
Hmmm, eu já vi isso em algum lugar...
 
As semelhanças com Pânico consistem justamente no assassino de máscara que está sempre onde menos se espera, usa uma faca, apanha tanto e é tão desastrado quanto o Ghostface, de Wes Craven. E a semelhança com Feitiço do Tempo é tão óbvia que chega até a ser citada no próprio filme. Aliás, outro motivo para a protagonista ser assassinada inúmeras vezes é o fato de, em um diálogo, ela revelar não saber quem é o Bill Murray...

Logo nos primeiros minutos de filme, percebemos que o que não faltam são pessoas com motivos para matar a protagonista, seja o apaixonado rejeitado, a amiga traída, a outra amiga desvalorizada, entre outros. O filme não esconde em momento algum do que se trata ou aonde quer chegar. Afinal, já vimos isso antes: patricinha escrota com todos ao redor, recebe uma lição da vida (ou da morte, neste caso) e precisa rever seus conceitos. Mas, justamente quando você acha que já sabe o que está por vir, o filme surpreende com algumas boas sacadas, um tom cômico e reviravoltas bacanas, que fogem do pacote básico.

Grande parte dos méritos do filme também são da atriz Jessica Rothe, com  sua atuação pontual e satirizada, tornando a experiência muito mais divertida. Tanto que, no final, você eventualmente até acaba torcendo por ela.

Resumindo, trata-se de um terror adolescente bem leve (mal tem sangue no filme), compromissado apenas com a diversão e descompromissado com a seriedade e causar medo no espectador, com pitadas de humor e um roteiro que pode te surpreender, por fugir do mesmo. 

Até vale a pena assistir, só não sei se vale a pena pagar por isso. No fim, o longa é mais como uma homenagem a dois clássicos dos anos 90. E emula intencionalmente a sensação de déjà-vu ao assisti-lo. 

(Uma mistura de Pânico, com Meninas Malvadas e Feitiço do Tempo. Essa é a melhor definição para o terror adolescente A morte te dá parabéns).

Já mencionei isso?

Nota: 3/5 - Bom!

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