Star Wars: Os Últimos Jedi
* CRÍTICA SEM SPOILERS
"Há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante..."
Desde criança, esse letreiro me dá arrepios. O ritual sempre foi o mesmo: primeiro o logo da Fox (com a famosa musiquinha), seguido do logo da Lucas Films e então essas famosas palavras. Depois, dois segundos de silêncio e tela preta. A antecipação do que estava por vir, sempre representou uma emoção indescritível para mim. Até que, enfim, chegava o momento máximo que era o icônico tema de John Williams tocando, com a explosão do letreiro "Star Wars" na tela!
Desde então, décadas se passaram e algumas coisas mudaram - não temos mais o logo da Fox, obviamente. Mas outras coisas permanecem intactas. O amor incondicional dos fãs (como eu) a essa franquia, é uma delas. Mas a mais importante é a forma como Star Wars continua sabendo manipular as expectativas do espectador. E o mais recente longa, "Os Últimos Jedi", é a prova máxima disso.
Logo de cara, devo dizer que é muito difícil escrever sobre esse filme. Assisti na pré-estreia, na sessão da 0h01 e saí do cinema atordoado, com muitas coisas para assimilar. Meu plano era escrever esta crítica ainda de madrugada, mas a prudência me obrigou a dormir primeiro, digerir o que tinha visto e posteriormente, com mais calma e frieza (se é que isso é possível), escrever a respeito dele.
Mas a noite de sono não foi suficiente e eu ainda estou com algumas cenas repassando em looping na minha cabeça. São tantas coisas memoráveis! Então, sinto muito, mas a crítica será feita com emoção mesmo.
Depois de "O Despertar da Força" muitas questões ficaram abertas para os próximos filmes da franquia. Os fãs ansiavam por respostas. Quem são os pais da Rey? Quem é a figura misteriosa conhecida como Lorde Supremo Snoke? Quais serão as consequências dos atos de Kylo Ren daqui para frente? Por que Luke se exilou?
Felizmente, o roteirista e também diretor de "Os Últimos Jedi", Rian Johnson, conhece muito bem essa expectativa dos fãs. E ele a conduz e subverte de maneira brilhante neste filme. Desde os primeiros minutos do longa, Johnson deixa claro que é o homem certo para o trabalho ao unir algumas características essenciais: o domínio e conhecimento total dos personagens e do universo que está à sua disposição, aliado à coragem e ousadia para mudar conceitos já estabelecidos e trilhar caminhos totalmente novos com esse rico material. O cara é um gênio, que foge do esperado e do senso comum, expande as possibilidades e leva Star Wars a lugares nunca antes explorados em questão de narrativa. Não é a toa que a Disney já deu sinal verde para que ele dirija e escreva uma nova história para uma nova trilogia de filmes da franquia.
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Crait: um dos planetas mais visualmente belos de toda a saga. |
E não é só no roteiro que o filme surpreende. As cenas de batalha e os duelos de sabres de luz mostrados aqui, são de um primor visual incontestável. Com destaque para a paleta de cores do planeta Crait, talvez um dos mais belos já vistos em toda a saga. A sequência inicial, logo nos primeiros minutos, já mostra que este filme não está pra brincadeira no que diz respeito à escala épica dos acontecimentos. Sim, estamos diante de algumas das melhores cenas de batalhas espaciais e duelos de sabre de toda a franquia. O filme nocauteia o espectador inúmeras vezes com sequências indescritíveis. Em diversos momentos, você ainda está se recuperando e assimilando o que acaba de ver e... (BAM!) vem outra sequência incrível e te arrebata sem misericórdia.
Outro destaque positivo vai para o elenco extremamente competente e talentoso, com destaque para Mark Hammil, que entrega a sua melhor atuação como o Mestre Jedi, Luke Skywalker. A princesa (digo, general) Leia, de Carrie Fisher, obviamente rouba a cena em todos os momentos em que aparece, com detalhe especial para uma cena tão linda que é capaz de arrancar lágrimas dos fãs mais sensíveis (tipo eu...). O ator Adam Driver também evolui seu personagem, o vilão Kylo Ren, através de uma interpretação primorosa.
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O arco de Finn e Rose é o mais fraco da trama. |
Mas esses pequenos detalhes não comprometem a qualidade do filme que, ouso afirmar, consegue superar o até então irretocável "Episódio V: O Império Contra-Ataca" (que sempre foi o melhor de toda a saga, na minha opinião). A julgar pelo que vemos aqui, os rumos para o futuro da trama são expandidos a níveis imensuráveis e a ousadia mostrada pode resultar em um desfecho inovador para esta nova trilogia.
Parece que J.J. Abrams, que dirigiu o nada inovador Star Wars anterior, "O Despertar da Força", e já está confirmado para a direção do próximo episódio, que concluirá a trama, tem pela frente uma missão quase impossível se deseja superar o que foi feito em "Os Últimos Jedi".
Pelas contas de C-3PO, as chances de sucesso são de 509.438 para 1.
"E eu tenho um mau pressentimento sobre isso..."
Nota 5/5 - Excelente!
CARACA! Ainda não vi, e não sei qdo. irei ver... mas a expectativa está mt elevada. Depois de ler isso então... CARACA!!! Preciso mt de uma babá pro meu filho, ainda mt pequeno pra pegar um cinema com o pai. hehehe
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